Precisa de visto para conexão nos EUA? Tudo o que você deve saber
- Rodrigo Rodrigues
- 30 de jun.
- 14 min de leitura

Introdução
Imagine que você está planejando uma viagem para outro país — por exemplo, férias no Canadá, uma visita ao Japão ou até mesmo um passeio pela Europa — e encontra passagens aéreas com conexão nos Estados Unidos. Pode surgir a dúvida: “Como meu destino final não é os EUA e eu nem pretendo sair do aeroporto, será que preciso de um visto americano apenas para essa conexão?” A resposta, surpreendentemente para muitos, é sim.
Os Estados Unidos possuem regras de entrada muito rigorosas, mesmo em situações de trânsito ou escala. Diferentemente de alguns países, nos EUA não existe uma zona internacional de trânsito que permita ao passageiro permanecer apenas no aeroporto sem passar pela imigração. Todos os passageiros que aterrissam em território americano, mesmo para uma conexão imediata, devem passar pela imigração e alfândega. Isso significa que, aos olhos da lei americana, entrar no país para fazer uma conexão equivale a entrar como visitante, exigindo a documentação apropriada.
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Neste artigo, vamos esclarecer quem precisa de visto (ou autorização) para conexões nos EUA, quais os tipos de visto adequados para essas situações, as particularidades para tripulantes e alguns exemplos comuns de rotas. Também abordaremos algumas exceções e dicas finais para você viajar tranquilo, evitando contratempos de última hora.
Por que é necessário visto em conexões nos EUA?
Em muitos aeroportos ao redor do mundo, passageiros em conexão internacional não precisam passar pela imigração local. Porém, nos Estados Unidos é diferente. Se seu voo fizer uma parada em qualquer aeroporto americano, você obrigatoriamente terá que passar pelo controle de imigração e entrar legalmente no país. Isso ocorre mesmo que:
Você não saia do aeroporto: Ainda que permaneça na área de embarque, aguardando o próximo voo, será considerado oficialmente dentro dos EUA durante aquele período de conexão.
Seja apenas uma escala técnica: Mesmo que você permaneça dentro da mesma aeronave (situação comum em escala, quando o avião faz uma parada para reabastecimento ou troca parcial de passageiros), ainda assim há exigência de visto, pois o avião pousou em solo americano.
Seu destino final não seja os EUA: Independentemente de estar apenas de passagem, o simples fato de pisar (mesmo que temporariamente) em território dos EUA já aciona as regras de controle de fronteira do país.
Em resumo, não há “área de trânsito livre” nos aeroportos americanos. Todos os viajantes internacionais que chegam têm que ser admitidos formalmente no país, ainda que seja apenas para embarcar em outro avião em seguida. Por isso, é indispensável ter em mãos um visto válido ou autorização de viagem aprovada antes mesmo de embarcar no primeiro trecho da sua viagem. As companhias aéreas, aliás, verificarão isso no check-in; se você não tiver o visto/ESTA adequado, nem sequer poderá embarcar rumo aos EUA, mesmo que seja apenas uma conexão.
Quem precisa de visto para conexão nos EUA?
De forma geral, todo viajante estrangeiro precisa de autorização para entrar nos Estados Unidos, mesmo que seja apenas em trânsito. Isso inclui passageiros em conexão ou escala e até casos como navios de cruzeiro que fazem parada em portos americanos. A regra básica é: se vai passar pelos EUA, precisa de visto ou uma dispensa de visto válida.
Não importa a duração da conexão ou se você vai (ou não) sair do aeroporto – a exigência se aplica da mesma forma. Alguns cenários que precisam de visto ou autorização são:
Conexão aérea comum: Voos com escala em cidades como Miami, Nova York, Los Angeles, Houston, etc., a caminho de um terceiro país.
Escala sem troca de avião: Por exemplo, um voo que sai do Brasil, faz escala em Dallas para reabastecer e segue para o Japão. Os passageiros a bordo continuam nos EUA durante a parada, então também precisam de visto.
Parada de navio de cruzeiro: Se você embarca em um cruzeiro internacional que fará uma parada nos EUA (por exemplo, Miami ou Porto Rico), as autoridades americanas exigem que os passageiros tenham visto apropriado, mesmo que não pretendam desembarcar.
A única exceção à necessidade de visto é para cidadãos de países que participam do Visa Waiver Program (Programa de Isenção de Visto). Esses viajantes não precisam obter um visto tradicional de turista/transito; em vez disso, devem solicitar uma autorização eletrônica chamada ESTA (Electronic System for Travel Authorization) antes da viagem.
Importante: o ESTA só está disponível para nacionais dos países isentos de visto (como grande parte da União Europeia, Reino Unido, Japão, Austrália, etc.) e tem regras próprias – por exemplo, viagens a turismo ou trânsito de até 90 dias. Brasileiros não se enquadram nessa isenção, assim como cidadãos de outros países latino-americanos (com exceção do Chile, que faz parte do Visa Waiver). Portanto, brasileiros sempre precisam de visto americano para uma conexão nos EUA, a menos que possuam dupla cidadania com algum país elegível ao ESTA.
Resumo dos casos mais comuns:
Brasileiros (e outros não contemplados pelo Visa Waiver): Precisam de visto para qualquer conexão nos EUA.
Cidadãos de países do Visa Waiver (ex: Portugal, Espanha, Itália, Japão, Austrália, etc.): Não precisam de visto consular, mas devem obter uma ESTA aprovada antes da viagem (a solicitação é online e deve ser feita com antecedência).
Cidadãos do Canadá (e Bermuda): Possuem acordos diferenciados – geralmente não necessitam de visto de turista para entrar nos EUA, inclusive em trânsito. Podem viajar com passaporte válido e cumprir os requisitos de entrada, passando normalmente pela imigração. (Obs.: Canadenses e bermudenses são casos especiais e também não precisam de ESTA.)
Estrangeiros já portadores de visto americano válido: Se você já tem um visto de visitante (turismo/negócios B1/B2) válido no passaporte, pode usá-lo para transitar pelos EUA sem necessidade de visto de trânsito separado. Da mesma forma, quem possui um visto de estudante ou trabalho válido ou residência permanente (Green Card) também não precisa de um visto adicional para conexão.
Tipos de visto para conexões nos EUA
Agora que entendemos quem precisa da documentação, vamos aos tipos de visto ou autorização que servem para quem vai apenas fazer conexão ou escala em território americano:
ESTA (Electronic System for Travel Authorization): Não é exatamente um visto, mas uma autorização eletrônica de viagem. Disponível somente para cidadãos de países elegíveis ao Programa de Isenção de Vistos, o ESTA permite trânsito pelos EUA sem visto físico colado no passaporte. Deve ser solicitado online antes da viagem e, uma vez aprovado, vincula-se ao passaporte do viajante. Com um ESTA válido, é possível fazer conexões ou mesmo turismo nos EUA por até 90 dias. Lembre-se: brasileiros não podem usar ESTA, a não ser que tenham passaporte de outra nacionalidade participante do programa.
Visto de Trânsito (Categoria C-1): É o visto específico para quem vai apenas passar pelos EUA em conexão. Ele autoriza o viajante a entrar nos EUA unicamente para fazer trânsito imediato para outro país. Características: normalmente tem curta validade (geralmente coincide com a data da viagem) e não permite sair do aeroporto para atividades de turismo ou visitas. Ou seja, com um C-1 você deve permanecer somente o tempo necessário no aeroporto para embarcar no próximo voo. Quem deve tirar o C-1? Pessoas que não têm visto americano nenhum e não são elegíveis ao ESTA, mas precisam fazer uma escala nos EUA. Por exemplo, um cidadão brasileiro sem visto que vai ao Japão via Los Angeles pode solicitar um C-1 exclusivamente para aquela viagem. Vale ressaltar que se você tem um visto de turista válido, não precisa do C-1 – o visto de turista cumpre a mesma função de lhe permitir entrada para conexão.
Visto de Turista/Negócios (Categoria B1/B2): Muita gente opta por usar ou tirar diretamente um visto de turista (B2) ou negócios (B1), que normalmente vêm combinados (B1/B2), mesmo para propósito de conexão. Isso porque o visto B1/B2 tem validade mais longa (múltiplas entradas por vários anos, conforme a reciprocidade) e permite não só o trânsito mas também visitas. Então, se há qualquer chance de você querer sair do aeroporto durante a conexão – por exemplo, em uma escala longa, pernoitar em um hotel ou dar uma volta na cidade – é recomendável ter o visto de turista. Na imigração, com o visto B1/B2 em mãos, você pode declarar que vai ficar apenas o período de conexão ou alguns dias para turismo. Atenção: mesmo com visto de turista, você precisará comprovar ao oficial de imigração que vai deixar os EUA dentro do prazo (por meio da passagem ao destino final, por exemplo) e que tem meios financeiros para se manter durante aquele breve período. O visto B1/B2 oferece flexibilidade: se seu voo atrasar ou se você quiser alterar planos e aproveitar alguns dias nos EUA antes de seguir viagem, você poderá, contanto que respeite o tempo permitido (geralmente até 6 meses, conforme carimbo na entrada).
Em resumo, tanto o visto C-1 (trânsito) quanto o B1/B2 (turismo/negócios) são válidos para fazer conexões nos EUA. A diferença principal é que o C-1 limita você a permanecer apenas em trânsito, enquanto o B1/B2 permite uma permanência temporária mais ampla caso você deseje ou precise. Se você já tem B1/B2 válido, não há necessidade de um C-1. Se não tem nenhum visto e só vai mesmo passar pelo aeroporto, pode até solicitar o C-1, mas muitos viajantes preferem solicitar direto o B1/B2 e já ficarem com ele válido para viagens futuras.
Importante: Ambos os vistos (C-1 e B1/B2) exigem praticamente o mesmo processo de solicitação – preenchimento do formulário DS-160, pagamento de taxa, agendamento de entrevista no consulado e aprovação do oficial consular. Portanto, em termos de investimento de tempo e dinheiro, tirar um visto de turista B1/B2 pode ser mais vantajoso para quem planeja viajar mais vezes, já que servirá para outras ocasiões além daquela conexão específica.
E para os tripulantes? O visto C-1/D
O público alvo deste tema inclui também os tripulantes de companhias aéreas ou marítimas, como pilotos, comissários de bordo, tripulação de navios de cruzeiro, etc. As regras para eles são um pouco diferentes, pois existem categorias de visto específicas para quem trabalha a bordo em rotas internacionais com passagem pelos EUA.
Tripulantes em serviço (funcionários da empresa aérea ou marítima que estão operando o voo/navio ou indo assumir suas funções) geralmente utilizam o chamado visto de tripulante, categoria D, frequentemente emitido em conjunto com o de trânsito (visto combinado C-1/D). Esse visto C-1/D permite que tripulantes entrem nos EUA temporariamente para embarcar ou desembarcar do meio de transporte no qual trabalham. Por exemplo:
Um piloto brasileiro que vai aos EUA para assumir o comando de um voo de lá para outro país.
Um comissário que faz parte da tripulação de um voo que pernoita nos EUA antes de continuar viagem.
Nesses casos, o visto C-1/D é obrigatório. Ele serve tanto como trânsito (C-1) quanto como permissão de entrada para tripulante (D) em uma única emissão. Empresas aéreas e marítimas instruem seus funcionários a obter esse visto antes de qualquer escala em território americano durante o trabalho. Sem ele, tripulantes estrangeiros não podem desembarcar nos EUA mesmo que seja apenas pelo tempo de escala técnica.
É importante destacar que o visto de tripulante não permite turismo ou outras atividades não relacionadas ao trabalho. Ou seja, se um comissário com visto C-1/D quiser passar férias nos EUA fora do contexto de uma escala de trabalho, ele precisará de um visto B1/B2 de turista separadamente. O C-1/D é estritamente vinculado ao propósito profissional.
Para tripulantes que viajam a serviço como passageiros (por exemplo, um piloto sendo enviado pela companhia aérea como "extra" em um voo comercial para então operar outra aeronave em outro destino), o visto C-1/D também cobre essa situação, já que o intuito final é assumir função como tripulação. Porém, se o tripulante estiver viajando por conta própria, de férias, aí ele deve usar o visto de turista normal.
Resumindo: tripulantes em trânsito pelos EUA a trabalho precisam do visto C-1/D, que combina trânsito e tripulação. Isso garante que possam entrar nos EUA durante conexões relacionadas ao seu serviço. Esse visto tem validade variável e geralmente múltiplas entradas, conforme acordado diplomaticamente (tripulantes brasileiros costumam receber C-1/D válido por até 5 anos, similar ao B1/B2).
Exemplos de rotas comuns que exigem visto
Para tornar mais concreto, vamos a alguns exemplos de itinerários em que as pessoas às vezes não se dão conta da necessidade do visto, e o que fazer em cada caso:
Brasil – Canadá via Estados Unidos: Suponha que você encontrou um voo de São Paulo para Toronto com conexão em Nova York. Embora seu destino final seja o Canadá (que tem suas próprias exigências de visto para brasileiros), essa parada em Nova York exige visto americano, pois você fará imigração nos EUA antes de seguir viagem. Isso vale para qualquer conexão nos EUA rumo ao Canadá (ou México, ou qualquer outro país). Dica: Muitos viajantes para o Canadá optam por voar via EUA por ter mais opções de voos, mas lembre-se de incluir no planejamento o tempo e custo para tirar o visto dos EUA também, se for o caso.
Brasil – Japão (ou Ásia) via Estados Unidos: Não existem voos diretos do Brasil para grande parte da Ásia, e uma rota comum é via Estados Unidos. Exemplo: Guarulhos – Los Angeles – Tóquio. Ao desembarcar em Los Angeles para pegar o voo à Tóquio, você terá que passar pela imigração americana. Sem um visto/ESTA válido, você nem embarca no Brasil. Portanto, mesmo que sua meta final seja o Japão e você fique apenas algumas horas na Califórnia, providencie o visto com antecedência. Alternativa: buscar voos via Europa ou Oriente Médio, onde o trânsito pode ser mais simples para quem não tem visto americano (mas atenção, pois alguns países europeus também exigem visto de trânsito para determinadas nacionalidades).
Voos com escala técnica nos EUA: Às vezes, um voo internacional faz escala em território americano mas o bilhete pode nem deixar claro que há troca de país. Por exemplo, um voo da LATAM saindo de Santiago (Chile) para Cidade do México já fez escala em Los Angeles. Passageiros desavisados poderiam pensar que, por estarem na mesma aeronave, não precisariam de visto. Errado – todos a bordo tiveram que ter visto/ESTA, pois o avião pousou nos EUA. Sempre confira no seu itinerário se há alguma parada nos EUA, mesmo que seja uma escala curta, e certifique-se do visto.
Conexão para destinos do Caribe ou América Central via EUA: Destinos turísticos como Cancún, Punta Cana ou Bahamas às vezes são acessados com voos que conectam nos EUA. Por exemplo, há voos do Brasil para Cancún com conexão em Miami ou Houston. Novamente, será necessário visto americano para esse trajeto. Se você não tiver ou não quiser tirar o visto dos EUA, a alternativa é procurar voos que façam conexão em outros países (Cidade do Panamá, Lima, etc., dependendo do destino).
Cruzeiro saindo do Brasil e terminando nos EUA (ou vice-versa): Em viagens marítimas, suponha um cruzeiro transatlântico que saia de São Paulo (Santos) e termine em Miami. Os passageiros precisarão do visto americano para desembarcar em Miami. Da mesma forma, um cruzeiro pelo Caribe que tenha porto de escala em território americano (como Porto Rico ou Ilhas Virgens Americanas) implicará em necessidade de visto para quem não tem isenção.
Esses exemplos ilustram que qualquer rota que passe fisicamente pelos Estados Unidos requer planejamento em termos de visto. Muitos viajantes já tiveram surpresas desagradáveis ao descobrir em cima da hora que “apenas uma conexão” nos EUA os impediria de embarcar por falta de visto. Portanto, ao montar seu roteiro, verifique sempre as conexões: se aparecer alguma cidade americana no caminho (mesmo que seja por poucas horas), lembre-se da documentação necessária.
Exceções e observações importantes
Reforçando os principais pontos de exceção já mencionados:
Países Isentos de Visto (Visa Waiver Program): Viajantes de países participantes do programa podem transitar nos EUA com a autorização ESTA. Isso não se aplica a brasileiros e a maioria dos países da América Latina (exceto Chile). Se você tem dupla nacionalidade de um país isento (por exemplo, tem passaporte italiano, português, japonês etc.), pode usar esse passaporte para solicitar o ESTA e viajar sem visto tradicional.
Cidadãos Canadenses e Bermudas: Não precisam de visto de visitante para entradas nos EUA. Seu próprio passaporte (ou documento específico, no caso de alguns residentes de Bermuda) é aceito, mas ainda passam pela imigração normalmente. Essa isenção inclui conexões.
Passageiros com visto americano válido: Se você já possui um visto B1/B2 válido, ou um visto de estudo/trabalho nos EUA válido, não precisa de visto adicional para trânsito. Seu visto atual já permite conexões.
Residentes permanentes nos EUA (Green Card holders): Também não precisam de nenhum visto ou ESTA adicional para retornar aos EUA, obviamente.
Voos que sobrevoam os EUA sem parada: Caso o avião apenas sobrevoe o espaço aéreo dos EUA sem aterrissar (ex: um voo transpolar que passe sobre o Alaska sem descer), não há necessidade de visto, pois você não está entrando no país. Mas atenção: esses casos são raros no contexto de voos comerciais de passageiros — praticamente só importa mesmo se houver pouso.
Conexão em aeroportos americanos antes de seguir a outro país: Vale lembrar que, se você vai para o Canadá via EUA, por exemplo, fará imigração nos EUA durante a conexão e ainda fará imigração de novo ao chegar no Canadá, pois cada país tem seu controle. Tenha todos os documentos necessários para ambos os países.
Tempo de conexão e permanência permitida: Com um visto de trânsito C-1, em geral você pode permanecer nos EUA apenas o tempo necessário para pegar seu próximo voo, normalmente até 24 horas, não devendo ultrapassar 29 dias de permanência total. Já com um visto de turista B1/B2 ou uma ESTA, o período permitido é mais longo (até 90 dias com ESTA, e geralmente até 180 dias com B1/B2, a critério do oficial na entrada). Porém, se sua conexão for longa a ponto de se aproximar desses limites, é provável que algo está fora do comum – conexões usuais duram poucas horas ou no máximo um pernoite.
Não tente “dar um jeitinho”: Viajar sem o visto achando que poderá ficar na área de trânsito do aeroporto não funciona nos EUA. As companhias aéreas não deixam você embarcar sem visto/ESTA válido, pois serão multadas e obrigadas a te retornar se te levarem sem a documentação. Também não é possível escolher ficar trancado no avião durante a escala para evitar a imigração – todos os passageiros devem desembarcar em voos internacionais de chegada. Portanto, não há como burlar essa exigência legal.
Conclusão e recomendações
Fazer conexão nos Estados Unidos demanda o mesmo cuidado com visto que uma viagem cujo destino final seja os EUA. Em suma, se vai pisar em solo americano, mesmo que por poucas horas, organize sua documentação com antecedência. Aqui vão algumas dicas finais para uma viagem tranquila:
Planeje com antecedência: Se você sabe que terá uma conexão nos EUA e precisa de visto, comece o processo de solicitação com vários meses de folga. Conseguir um agendamento no consulado pode levar tempo, dependendo da demanda. Lembre-se de que o visto de turista (ou trânsito) tem custo considerável e envolve entrevista – inclua isso no planejamento da sua viagem.
Verifique as conexões ao comprar passagens: Sites e agências mostram o itinerário dos voos. Sempre cheque as escalas/conexões. Se vir alguma cidade dos EUA listada (ou territórios dos EUA, como Porto Rico ou Ilhas Virgens), já saiba que precisará do visto ou ESTA adequado. Caso você não tenha tempo ou possibilidade de tirar o visto, considere escolher outro voo que faça conexão em um país que você possa transitar sem visto.
Não confunda regras de outros países com as dos EUA: “Ah, mas na Europa eu fiz conexão sem visto e nem carimbaram meu passaporte.” – De fato, muitos aeroportos europeus permitem trânsito sem passar na imigração local para certos destinos e nacionalidades. Nos EUA é diferente: não se baseie em experiências de viagens a outros lugares. Cada país tem suas exigências.
Tenha a documentação em mãos na imigração: Assim como em uma visita normal, durante a conexão nos EUA o oficial de imigração pode fazer perguntas sobre seu destino final, solicitar seu bilhete aéreo comprovando a continuação da viagem e documentos financeiros ou comprovação de vínculos (principalmente se você estiver com visto de turista). Esteja preparado para explicar brevemente que você está apenas de passagem pelo país a caminho de outro destino, e apresente o cartão de embarque ou reserva do próximo trecho. Isso ajuda a evitar qualquer mal-entendido.
Tripulantes: mantenham seus vistos C-1/D válidos e facilmente acessíveis quando estiverem em rota de trabalho. As companhias geralmente auxiliam nisso, mas é responsabilidade do tripulante garantir que seu visto não esteja expirado antes de escalar um voo com parada nos EUA.
Não subestime a necessidade do visto para uma conexão nos EUA. Muitos viajantes já perderam voos ou tiveram que mudar planos por descobrirem em cima da hora essa exigência. Com informação e planejamento, você evita surpresas e faz sua viagem com tranquilidade, seja você um passageiro de férias ou um tripulante em serviço.
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